Sunday, March 29, 2009

Porque no te callas?

Não é pelo Freeport, caso tão pantanoso como os seus terrenos antes de drenados - não sei se o homem é culpado ou não, mas o facto de estar metida a família no negócio não me parece muito sério. Mas preocupa-me mais isto, ainda a propósito da manif de 13 de Março que juntou 200 mil pessoas, lembrando que este sábado ninguém chamou manipuláveis aos 35 mil em Londres, a acompanhar a cimeira do, agora, G20 (será por terem sido só 35 mil?).

O primeiro-ministro José Sócrates tem por norma reagir às críticas e/ou acusações sobre o seu trabalho e respectivos efeitos como sendo ‘insultos’ ou ‘conspirações’ para o derrotar. Como se ele não se enterrasse a si próprio, de cada vez que fala.
O mais recente tiro no pé foi há uns dias, quando tentou descredibilizar e partidarizar a manifestação da CGTP, de 13 de Março. Nada que já não se esperasse. Só não se esperava que o sr. fosse tão pouco inteligente no momento de apresentar esse argumento e de exortar à liberdade dos sindicatos em relação aos partidos. É que fê-lo precisamente numa apresentação/eleição da UGT. Mais. Debaixo do nome da UGT, que agora é Tendência Sindical Socialista/UGT estava escarrapachado, para quem ainda não tivesse percebido a relação, o logótipo do PS. Ou seja o senhor fala de autonomia dos sindicatos face aos partidos, num sítio, e à frente das câmaras de televisão, em que ele e o seu partido se associam de forma aberta, sem qualquer pudor, a uma central sindical que acaba de eleger o seu líder. Sr. PR tenha juízo. Ao menos tivesse feito os comentários depois da cena. Realmente não vale a pena insultar este senhor. Ele simplesmente não se dá ao respeito e insulta-se a si próprio e à inteligência dos que governa.
Há muitos dirigentes de sindicatos que são do mesmo partido que o senhor em causa (SEP, por exemplo, bem representado em número no desfile) e que mesmo assim pertecem à IN. Também não consta que a classe dos profs. seja por excelência, e experiência, particularmente reivindicativa e esquerdista; pelo contrário. E contrariamente ao que se possa pensar, estavam efectivamente muitos desempregados na manifestação, que até foram entrevistados para as TVs. Tendo em conta os seus distritos/concelhos de proveniência e até mesmo as sondagens, a preocupação com o PCP talvez seja o menor dos problemas daquele senhor.

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