Tuesday, May 26, 2009

Pequenos prazeres!

Não há nada melhor para a paz de espírito do que cansar o corpo e a cabeça e terminar o dia com uns copos de cerveja, um pires de caracóis e outro de moelas, em Alfama, com o sol a pôr-se, o Tejo ali ao lado e um amigo para trocar uns dedos de conversa.

Estes momentos fazem-me sempre lembrar esta música (na versão do Percy Sledge):

Friday, May 22, 2009

Eu...

Não sou só isto. Sou muito mais que isto. Mas isto sou de certeza:



Haja dinheiro e lá estarei outra vez, nem que seja só um fim-de-semana.

Thursday, May 7, 2009

Não, não vivo no Bronx, mas podia.

A cena a que assisti hoje - com o 'privilégio' de esta ter acontecido debaixo da minha janela - foi digna de um filme policial norte-americano.

Quatro adolescentes, do tipo mitra (adeptos do gamanso barato e do tunning), fugiam de carro à polícia quando perderam o controlo do veículo ao descerem a minha rua.Pouco faltava para as 15h. O resultado foi um despiste que partiu três carros estacionados no passeio e que acabou escassos metros abaixo destes, com a imobilização do veículo dos fugitivos, completamente destruído na frente e a derramar óleo por todo o lado. Mas isto não acaba aqui. Todos os ocupantes - palavra que rima com meliantes - abandonaram o carro e fugiram a pé. Três foram detidos, mas um continua (sempre quis dizer/escrever isto) a monte.
Com esta emociante cena de filme - eu, fã confessa de tudo quanto é série criminal, ou melhor de tudo quanto é série - percebi como ainda há espírito de bairro em muitas zonas de Lisboa. A revolta generalizada, e natural, sobretudo pelo facto do jovem que foi apanhado ainda vir arrogar a sua condição de menor, deu lugar ao apelo desesperado de um dos meus vizinhos. Vira-se para o polícia, antes deste meter o meliante no carro, e diz: «Deixe-me só dar-lhe um estalo!». Posto isto, acho que apesar de tudo me sinto segura na rua onde moro.

Sunday, May 3, 2009

Tá-se bem...

Já conhecia um pouco da Strada para trás. Agora chegou o disco.
Há dias usei uma expressão de uma música deles, que em muito chocou a minha amiga margem-sulense, Inês: «tá-se bem do lado do cu do Cristo Rei».
E ultimamente tenho mesmo muito boas razões para subscrever por inteiro a expressão. Não leves a mal, Inês :)

Contra mim, contra ti, contra lá...aqui fica, Oxalá Te Veja - O'Questrada:

E se tivesse sido um sapato?

Neste cantinho da Europa cheio de "grandes virtudes" e moralismos de nobreza decadente faz-se um grande circo porque um senhor candidato às Europeias, ex-comunista agora PS, decide, logo este ano, ir fazer campanha para a manif do 1º de Maio com uma delegação do PS e acaba por ser insultado e agredido com umas gotas de água. Os agressores serão militantes comunistas, porque, segundo o PS, só os comunistas têm razão para o fazer em relação ao governo (!??!!), e sobretudo pela condição de ex-comunista de Vital Moreira.
Bom, o Miguel Portas também é ex-comunista e estava lá como dirigente do BE - e também ele apelidou a atitude de Vital de provocação. Não houve notícia de agressão contra o M. Portas.
É fácil perceber quem ganha efectivamente com isto, desviando o que é importante para um episódio que nem é tão grave assim - ganhem juízo e olhem lá para fora, porque muita calma tem o povo português nesta democracia de fachada. Se lhe tivessem atirado um sapato se calhar achavam mais piada.
Enumeremos e comparemos, então, alguns episódios esquecidos pelo sr. Engenheiro quando tudo lhe serve para dar uma de virgem ofendida.
No caso da agressão a Vital Moreira, o sistema, em virtude de ser democrático, contempla um sistema judicial ao qual este pode e deverá recorrer para resolver a situação. Identificar e apresentar queixa dos agressores - não sei que pena calhará àqueles que se ficaram pelo 'mentiroso', às tantas até vão alegar que estes têm direito a dizê-lo, em democracia. Será?
Recordo-me é de um episódio em que a polícia a mando do Ministério da Administração Interna, mandou revistar as instalações de um sindicato para saber a identidade de um grupo de profs que protestava numa visita qualquer de Sócrates. Certamente muito democrático. Aliás, protestavam contra este? Ou deverei dizer ofendiam-no? É que por estes dias tudo o que seja crítica a este senhor passa a ser uma ofensa. É, segundo li há tempos, salvo erro, na Visão, o recordista de processos contra jornalistas por dá cá aquela palha, já para não falar em toda a onda de suspeitas em torno das condições de investigação do Freeport.
De modo que, e se em vez da água tivesse sido algo mais cosmopolita e global como um sapato? Talvez dissessem que era a " festa da democracia".